Segunda-feira, 23.04.12
Tão simples que até arrepia
Do baú das memórias, mesmo ao de cima, saltam imagens e relatos falados e escritos de locais e utentes que por todo o país reclamaram e lutaram pela saúde a que tinham direito e que sentiam estar a perder a pouco e pouco mas rapidamente.
Sabiam e sabem que não tinham médicos de família, que fecharam hospitais e maternidades e que depois lhes encerraram os centros médicos onde bem cedo madrugam na busca dolorosa para melhorar a saúde que lhes falta e que lhes vão querendo roubar. Por todo o país foi e é assim . tudo em nome de uma racionalização de meios que não pode ser entendida por quem toda a vida descontou mais de um décimo do seu ridiculo salário e que assim muito justamente esperou que ao menos isso lhe servisse para que lhes prestassem a si e aos seus os cuidados de saúde que necessitassem.
Milhares continuam sem médicos de família tendo os governos encontrado panaceias para os muitos buracos que se foram criando com a contratação de profissionais formados em outras paragens quer a ocidente quer a oriente.
Abertas mais um pouco as portas da Universidade uma esperança se instalou de que mais jovens médicos ali formados pudessem engrossar as quantidades destes profissionais no nosso pais, e se bem distribuídos, pudessem por enfim prestar os cuidados de saúde que os portugueses precisam e merecem.
Parece que não querem que assim seja. Em nome de uma qualidade que só aqui e ali tem merecido reparos, confirmando que toda a regra tem um excepção, eis que surge a Ordem dos Médico a colocar entraves .Que os jovens médicos não tem qualidade, não prestam querem dizer.
Exigem agora que quem sai da Universidade volte a ter de fazer um novo exame já não da instituição de ensino mas da própria ordem. Outras ordens o fazem tambem, mas porque?
Acaso pelo menos 17 anos de estudo muitas vezes nos mesmos estabelecimentos onde os dirigentes das Ordens profissionais se formaram não bastarão para que o jovem médico tenha a qualidade suficiente para suprir a falta de um médico de família.?
Será que a Ordem está a passar um atestado de incompetência a toda a universidade e ao próprio sistema de ensino da medicina em Portugal? Será que agora estão assim tão de repente preocupados com os doentes ou tão são com os privilégios que sentem poder fugir aos médicos já bem instalados mercê de uma maior e melhor distribuição dos doentes por um maior numero de médicos?
Apesar de as Faculdades de medicina efectuarem um exame final aos seus alunos ainda se duvida da a capacidade dos que neles alcançarem aproveitamento? Pode acontecer. Mas pergunto eu simples cidadão contribuinte liquido para esta situação:
-Porque não fazem esse exame final de acordo com os padrões de qualidade da Ordem e coma participação activa desta na elaboração dos testes? È assim tão difícil sentar as partes a uma mesa, elaborar as questões a examinar, fazer o exame e atribuir a avaliação final?
Se assim fosse evitava-se perda de tempo e o levantamento das dúvidas que agora se colocam e principalmente os portugueses poderiam ser atendidos muito mais rapidamente.
Claro que se assim fosse a ordem não receberia os valores que pedem pela inscrição, pelo estágio e pelos exames e não poderiam regular tão bem a quantidade de médicos de modo a manter os privilégios dos mesmos de sempre.
Podemos vir ater excesso de médicos e daí? Alguém se lembra de ter ou ouvido algum destes doutores manifestar-se de alguma forma contra as leis do mercado e livre e sã concorrência?
Deixem os portugueses ter e escolher o seu médico , não ristringam de nenhuma forma o acessos os cuidados de saúde..
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por guerrilheiro às 14:36
Domingo, 08.01.12
Disseram-me que já não reconhecia ninguem, e que a familia aguarda a qualquer instante a chamada do hospital a comunicar o que parece impossivel de evitar.
Juntei ainda assim toda a coragem que consegui armazenar numa tarde nostálgica enfiado no sofá quase sem emitir palavra antecipando a dureza do encontro e fui visitá-lo.
Reconheceu-me logo estendeu-me a mão crivada de cateters e tubos.
Agradeceu-me a visita numa voz sumida denunciadora da falta de forças que o assolam.
Ainda se preocupou em perguntar-me como é que eu estava.
Estava preparado para bem pior, embora não desconheça que aquele ar triste que ostenta, apesar da face impecávelmente escanhoada e do bigode aparado, escondem muito do que a maldita doença fez ao seu outrora atlético corpo.
A lucidez que possuia hoje á tarde deixou-me menos desconfortável. Pude dizer-lhe sem transpirar muita emoção que esperava encontrá-lo pior que lhe desejava força que amigos lhe mandavam cumprimentos.Agradeceu mais uma vez e voltou a estender-me a mão. Agora já sei onde estás e que horas te posso visitar,vou vir mais vezes.Talvez já amanhã.Ele que nunca quis que se soubesse do seu infortunio não perguntou sequer coo havia eu sabido da sua estadia ali naquela enfermaria e naquele lamentável estado de saude.Simplesmente concordou comigo com um ligeiro aceno de olhar e agradeceu com um som quase imperceptivel. Fica bem amigo, amanhã volto a ver-te.Tomara que assim possa possa ser por muito tempo.
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por guerrilheiro às 22:37
Segunda-feira, 12.12.11
Salvé, ainda há margem de progressão para aumentar as taxas moderadoras da saúde diz o Passos de Massamá.
Parece existir uma sentença do Tribunal Constitucional a validar esta sinuosa interpretação afirma o primeiro ministro.
Vá-se lá saber como é que um Tribunal Constitucional pode considerar um aumento dos serviços de saude válidos quando a constituição diz que os mesmos devem ser tendencionalmente gratuito mas isso embora importante não o é menos quando comparados com as dificuldades que as familias portuguesas estão a atravessar.
Como podem ter sequer o descaramento de pensar que ainda podiam cobrar mais se as pessoas não tem transportes, encerram os postos de saúde , reduzem os seus horários de funcionamento, aumentam os medicamentos e tudo mais que vem a reboque deste pacote de austeridade, que não pára de agravar-se, traz no seu bojo?
Duas alternativas se podem colocar:
-uma é procurar reduzir a despesa publica através da redução ou anulação dos direitos atribuidos aos doentes impossibilitando estes do acesso aos cuidados de saúde.
-outra é a utilização do velho truque em que é papel crucila convencer a opinião publica de que apesar de tudo são bons rapazes: se até o TC acha que eles podiam aumentar mais e eles só aumentam para o triplo, não está mal pois não?
Tudo boa gente, as mães é que não deviam ter nascido.
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por guerrilheiro às 20:39
Sábado, 08.10.11
Quando um bastonário da ordem do médicos afirma que o estado de via "estimular" os fumadores porque estes custam menos em cuidados de saude do que pagam em impostos fico com os neurónios em completa anarquia.
Para onde relegará aquele médico a saude?Que lhe importa se o fumador adoece ou morre, o seu sofrimento e o sofrimento que causa aos demais, amigos , familiares fumadores passivos ou activos? Dá lucro, ajude-se.
Não diz qual o estimulo ,talvez aumentando o tamanho dos cigarros penso eu.
Este cavalheiro será médico ou contabilista( sem ofensa aos contabilistas que certamente terão a sensibilidade que a falta ao bastonário)?
Aplicará este médico, ou comissário politico, do ministério das finanças a mesma receita aos automobilistas por exemplo?Se pagamos tanto em impostos, na compra de carro, nos combustiveis, nas portagens,nos materiais de reposição etc então ao contrário do que acontece actualmente tambem devíamos ser "estimulados" pelo estado, tal como todas as nossas actividades de que per si apresentem saldo positivo conforme as contas daquele "médico".
Juro que ainda não acredito que possa haver gente responsável a pensar assim.Só de pensar que ainda houve gente que teve que ter mais de 19 valores para entrar na universidade de medicina a votar num senhor deste calibre para bastonário fico com urticária.O homem devia estar a brincar, só pode. Não?
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por guerrilheiro às 13:19