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Sexta-feira, 25.10.13

na vanguarda da luta

na vanguarda da luta

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por guerrilheiro às 22:57

Sábado, 21.09.13

mentira não

A partir de hoje e com efeitos retroactivos ficam a saber que eu não minto.Posso é fazer algumas incorrecções factuais.

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por guerrilheiro às 22:57

Quinta-feira, 09.05.13

Até quando?

 

 

Até quanto? Até onde? Até quando?

Acertámos na mouche  quando, perante as constantes exigências do patronato português e dos muitos que o servem aquém e alem fronteiras, perguntávamos: até onde poderemos ceder na defesa dos direitos e regalias? Até quanto poderemos baixar os nossos rendimentos sem colocar em causa uma vida digna? Até quando poderemos aguentar tantos ataques á qualidade de vida que conquistámos com suor , lágrimas e quantas e quantas vezes também sangue?

Qualquer observador minimamente atento á realidade portuguesa especialmente, e ao restante panorama que nos rodeia , não poderá deixar de  ao menos uma vez se ter colocado estas três interrogações.

A estas podemos juntar outras como por exemplo :onde está o desenvolvimento apregoado ou a melhoria da qualidade de vida?

No inicio da década de 90, os salários então praticados eram em alguns casos exatamente os mesmos que hoje são pagos a muitos dos profissionais portugueses. A este facto há que pelo menos somar dois fatores importantes : os aumentos da inflação verificados todos estes anos e a passagem para o euro que veio encarecer sobremaneira todos os produtos e serviços.

No inicio da década de 90 apontavam-nos alguns países asiáticos, os do triangulo dourado, como aqueles a quem nos devíamos comparar, quer pelos baixos salários quer pelos índices de produtividade que apresentavam. Depois, conforme outros países foram entrado para a CEE, começaram as comparações com os países do leste europeu  .Hoje é com a China que desempenha esse papel.

Contrariamente ao que nos prometeram para que entrássemos na EU, não nos querem nivelar pelos salários e demais direitos regalias praticados nos países do norte da Europa ,mas sim com os altíssimos níveis de exploração praticados noutras paragens, que vão alterando consoante os interesses de quem tem mandado.

Cada vez que nos colocam  a espada ao pescoço e exigem que baixemos os já magros rendimentos quer porque a empresa não vende ,ou ao invés , por que há que fazer para fazer um novo produto ou ganhar um novo concurso, perguntamo-nos:- E se ganharem outros concursos, ou inventarem outro produto, vamos continuar a  aceitar a redução do nível de vida? Até quando vamos  admitir que tal aconteça?

Havia  uma garantia mínima é certo, nunca poderiam baixar do salário mínimo nacional .

Essa garantia, das mais  pobres das soluções, explodiu quando um atual  governante, que dá pelo nome  de Hélder Rosalino, declara que pode ter funcionários públicos com salários zero.

 Assim mesmo, salários zero, e nem acrescentou que poderiam fornecer pão e água aos escravos.

É preciso recuar mais, centenas de anos atrás , aos tempos em que Bem Hur ou Spartacus, escravos, a quem pelo menos davam pão e água,  se revoltaram contra o império romano.

Tinham pão e água, e mesmo assim houve um dia que não suportaram a escravidão e juntaram os seus semelhantes na desgraça, e enfrentaram os exploradores de Roma.

Desconheço quanto mais há que recuar para além do tempo de Ben Hur e Spartacus para encontrar situação tão desavergonhada  e desumana como a apontada por Hélder Rosalino. Sei contudo, que tudo tem um limite e que este pode ser atingido de diversas maneiras, uma delas é o bom senso, outra a que experimentou Massala, o governador romano de então.

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por guerrilheiro às 23:06

Segunda-feira, 06.05.13

Na porta errada

 

Na porta errada

O homem do fraque  bate sempre à mesma porta.

De súbito parece que o clamor das ruas extravasou as paredes dos  prédios que pareciam limitá-lo , galgou telhados e ultrapassou fronteiras.

Não faltam agora personagens a procurar  despir o casacoo austero com que até agora se pavoneavam para vestir apressadamente outro, com uma tonalidade mais social ,mais humana.

Talvez pela proximidade das datas tão caras que o povo português e os trabalhadores do mundo inteiro agora celebram ,estas personagens enquadram-se perfeitamente na estrofe  que  muito adequadamente cantámos pouco depois do 25 de Abril:

” Cravo vermelho ao peito

A todos lhes fica bem

Sobretudo faz jeito

A muitos filhos da mãe”

Depois de anos de má gestão em que todos os que se enquadram no chamado” arco governamental”  PS;PSD; CDS assinaram o famigerado acordo com a troika estrangeira. Contaram para isso com o compadrio das entidades patronais e da UGT.

Que era necessário, que não tínhamos outro caminho para sair da crise diziam então.

De nada adiantaram os alertas e os protestos de outros que mais avisados, e sabemos todos agora, mais sabedores e mais bem intencionados e em nome de uma crise que diziam querer ultrapassar passamos de uma divida de 94% em 2008 para outra de 123% em 2012.

Pelo meio fecharam empresas em catadupa num movimento que parece não cessar e sobretudo aumentaram-se as dificuldades de quem vive do seu trabalho impedindo até o acesso a este a mais de 1 milhão dos portugueses.

 Destes desempregados, mais de metade sobrevivem sem sequer receber o subsidio que lhes seria devido a essa triste condição.

Não havia nada que saber, a roda já estava inventada. Bastava que tivessem tido a sabedoria de estar atento às palavras de Carlos Carvalhas em 1999 ou mais recentemente ás dos economistas  Ferreira do Amaral ou Octávio Teixeira .

Enquanto mudam de jaqueta lá foram dizendo que sim senhor compreendem muito bem as privações dos demais que são duras mas necessárias. Renegociar o mal que fizeram ? Não senhor, nem prazos, nem juros nem montantes. Isso é bom para gregos para nós orgulhosos portugueses  nada disso .

Por fim  quando o grito de indignação que lhes entra gabinetes adentro lhes começa a cheirar a revolta lá enfiam o casaco á medida do tempo que corre e desatam todos a dizer que basta de austeridade, que atingimos o limite; que temos de olhar para as pessoas que tem de haver preocupações sociais, que  a austeridade tem de ser acompanhada de crescimento. Até de Bruxelas o ex MRPP fervoroso  e ex primeiro ministro que abandonou Portugal ao primeiro aceno com um belo e  tacho com que da Europa lhe  fizeram, já diz que basta, que cedeu demasiado a conselhos dos tecnocratas, e espera confiante que essa sua cedência,a que tantos sacrificios causou aos portugueses não lhe traga qualquer assumpção de responsabilidade ,como sempre .

Parece que Mário Soares; Manuela Ferreira Leite; António Seguro; António Costa ; João Proença , António Saraiva e Durão Barroso e tantos outros que agora viram a casaca tão apressadamente  descobriram a pólvora ,que não tiveram responsabilidades nem foram parte activa e conivente com a negociação e assinatura dos acordos que nos tolhem a vida.

Agora Gaspar tenta renegociar prazos mais dilatados para o pagamento da divida procurando que nos esqueçamos de que há três anos já o PCP reclamava tambem essa medida durante a campanha eleitoral , exigência depois seguida  pelo BE E pela CGTP.

Agora vem António Costa  apoiar os comerciantes  na sua reclamação da suspensão da lei das rendas mas não podemos esquecer a exigência há muito feita da associação dos inquilinos sobre   este tema.

Agora aparece o Passos Coelho a reunir extraordináriamente  para tentar definir medidas para o crescimento procurando que nos esqueçamos que elas são há muito uma reivindicação quer do PCP, do BE , dos verdes e da CGTP.

Procuram dar uma nova imagem, mas quem está desempregado, quem vê reduzido os seus salários e direitos, quem tem de emigrar , quem tem de abandonar estudos, quem tem de pagar mais pela saúde, pela educação e por tudo o mais  são sempre os mesmos .

È a eles, à esmagadora maioria dos portugueses que só sabem e que só podem viver do seu trabalho que o homem do fraque bate à porta. Mas batem á porta errada.

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por guerrilheiro às 23:19

Domingo, 24.03.13

A lei tonta

A lei tonta
“A lei foi feita sem qualquer estudo e não há nada pior que fazer uma lei destas sem primeiro se conhecer rigorosamente o que estamos a tratar. Se assim não for estamos mal, dá burrice pela certa”. Foi mais ou menos assim que um professor catedrático se expressou no encontro promovido pela ANAFRE sobre as leis para a extinção das freguesias.
Que não houve estudo, pelo menos digno deste nome já sabíamos, como poderia haver se o ministro não frequentou essas aulas mas apenas usou as célebres equivalências?
“Ouço por aí dizer que querem extinguir 1167 freguesias. É falso, são cerca de 2000 pois quando se juntam 2 ou três freguesias são duas ou três que acabam, não uma. É criada outra em sua substituição mas primeiro extinguiram as outras duas ou três , são cerca de 2000”, sublinhava com toda a enfase o professor
É verdade que no deve e haver serão reduzidas 1167 ao numero atual de freguesia mas o professor tem razão , são mesmo cerca de 2 milhares as freguesias que desaparecerão se esta lei tonta for efetivamente aplicada.
A análise a esta lei tonta continuou com mais uma denúncia. _
-Dizem para aí alguns analistas que há freguesias a mais .Não é verdade. Oitenta por cento dos concelhos tem menos de 20 freguesias. Aqui no distrito de Setubal há uma média de 6 freguesias por concelho. É muito? Muitos falam de Barcelos que tem dezenas de freguesias e é verdade, mas só 11 concelhos tem mais de 20 freguesias .É muito? E temos de ir ás razões históricas para perceber estas coisas. Sabemos todos que as freguesias nasceram das antigas paróquias e é evidente que essa realidade histórica é muito diferente se os concelhos se situarem a mais a norte que a sul.
É tonta uma lei que coloca em pé de igualdade para este efeito um concelho como Lisboa com outro do interior do país. As pessoas que neles vivem não tem as mesmas possibilidades. Nem os rendimentos são iguais, nem a rede de transportes , nem a acessibilidade aos diversos serviços necessários á vida quotidiana. Não faltaram por isso contributos vindos dos autarcas do distrito que demonstravam sobejamente o erro que é persistir em querer impor uma lei que só vai afastar as pessoas dos seus eleitos e diminuir drasticamente os seus direitos de participação e cidadania.
As ruas do país continuarão a ser o cenário mais visível do combate para travar esta lei ,mas esta batalha, desnecessária se o bom senso politico e a vontade democrática imperassem para os lados de Belem e S.Bento, as barras dos tribunais com as freguesias a mover ações e providencias cautelares, também será travada nas barras dos tribunais com as ações e providencias cautelares que as freguesias aí vão interpor.
Talvez num futuro mais imediato não seja descabida uma das sugestões pronunciadas no encontro da ANAFRE:
A primeira medida dos programas dos partidos políticos às eleições autárquicas que se realizarão provavelmente em Outubro deveria ser reformar esta reforma.

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por guerrilheiro às 09:12

Domingo, 24.03.13

Que venham os Russos?

Que venham os Russos?
Um dia destes já não conseguiremos fechar os olhos para dormir de tanto os arregalar de espanto perante as novidades com que, em velocidade vertiginosa, nos apresentam quase diáriamente .
Ainda não encaixámos e muito menos conseguimos engolir os cortes nos salários subsídios e pensões, as taxas de solidariedade e principalmente os números brutais do desemprego e já estamos a descobrir que ainda há quem tenha a vergonha de ir mais além e não só proponha como aproveite efetivamente o silêncio do fim de semana para roubar, oficial e internacionalmente é claro, uma percentagem significativa dos valores que alguns, seguindo os mais avisados conselhos que durante anos exortaram à poupança, conseguiram juntar para prevenir as contrariedades da vida ou para outro fim qualquer que quisessem vir a dar ao seu dinheiro. É do dinheiro das pessoas que se trata, do dinheiro que custou a ganhar e que patrioticamente guardaram no seu país em vez de o colocarem em países estrangeiros ou em off shores como muito fácilmente poderiam ter feito. Tiraram assim ao fim de semana sem aviso prévio, sem qualquer discussão uma percentagem desse dinheiro só pode ser classificado de roubo.
Acontece no Chipre, como podem prometer que não acontecerá por cá? Como podem os incumpridores de promessas e previsões que hoje nos governam querer que acreditemos neles e que isso não poderá acontecer aos nossos cidadãos que tiveram a sorte ou o saber de conseguir amealhar alguma coisa que jeito tenha?
Quando um antigo ministro como Daniel Bessa afirma que estamos todos a tentar evitar a bancarrota, ou quando Eduardo Catroga afirma que a nave do Eurogrupo vai louca, ou ainda quando o próprio Presidente da Republica afirma que estamos numa espiral recessiva contrariando os ministro Vitor Gaspar e afirmando que a Europa está a seguir por caminhos perigosos como podem querer que acreditemos em qualquer promessa que nos façam?
Nem todo o dinheiro agora penalizado no Chipre terá sido amealhado de forma honesta, e não hesitam alguns em apontar o dedo aos Russos, mas são estes mesmos Russos que agora parece proporem a resolução dos problemas financeiros cipriotas propondo-se pagar o resgate e aumentar os empréstimos que haviam concedido aquele país. Em troca parece não pedirem mais sacrifícios ao povo de Chipre mas sim os direitos de exploração das jazigas de gás natural que esse país possui.
São dois mundos diferentes, duas maneiras de resolver a situação diferentes e é nessa pequena ilha de 800mil habitantes que se dá esta guerra financeira que obrigará muito boa gente a pensar no que anda a fazer e no que quer que a Europa se torne num futuro próximo, e os cipriotas a ter de dicidir que caminho seguir sendo claro que os sentidos são bem opostos.
Ainda não ousaram em Portugal propor medidas de semelhante calibre mas se olhar-mos ao que da Europa nos exigem e ao abandono dos Estados Unidos estão a fazer da base das lajes nos Açores talvez não falte quem pense que o melhor era recorrer á ajuda russa criando assim um conflito social contra o qual se levantam mais vozes de gente dita importante.
Trata-se de mera especulação já que os russos não fizeram qualquer proposta do género a Portugal não poderemos optar assim por essa direcção mas é mais que seguro que na direcção para que nos empurraram todos estes anos não poderemos continuar e se Chipre vem ensinar alguma coisa é que há sempre alternativas , nem que seja a Russa.

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por guerrilheiro às 09:09

Domingo, 24.03.13

Novo Ignoro para o barreiro

Mais um IGNORO para o Barreiro
Há algo de similar com as crianças. Primeiro geramo-las, depois acompanhamos o seu crescimento no útero da mãe , muitas vezes classificamos como gravidez de risco e muitos partos até são mesmo partos de alto risco, até que for fim nascem. Gostamos sempre delas quando nascem. Tão bonitos, tão fofinhos, tão queridos tal e qual a cara do pai dizemos tantas vezes. Então sim começam as verdadeiras preocupações: quem vai ser, que pretenderá fazer, que objectivos terá e quais conseguirá de facto realizar ao longo da sua estadia na terra?
O nome próprio que lhes damos pouco importa , já o apelido pode dizer algo aos mais atentos, identifica uma família, traz uma história e um passado que nos pode dar pistas de qual será o seu caminho no futuro.
Estamos, os portugueses, aqui. Enchemos ruas, praças e avenidas. Gritámos bem alto a nossa indignação. Lutámos nas empresas, nas repartições e nas instituições. Exigimos mudar para caminhos que nos afastem do abismo e eis que agora já de declara que chegou a hora da mudança.
Como nos bebés ainda não sabemos ao certo quando vai nascer, sabemos contudo que se vai chamar Moção de Censura e que reconhecerá o apelido Partido Socialista como seu.
Pode não ser um parto difícil mas lá que é demorado disso não restam duvidas, muitas vezes hesitaram estes pais, muitas vezes se terão questionado se iriam ou não parir esta criança e se a teriam com um parto provocado ou se simplesmente aguardariam de forma serena que lhes viesse cair nos seus braços.
O clamor vindos das ruas fez apressar as coisas e Moção de Censura conhecerá um dia destes a luz do dia.
Mas e depois que fazer com ela? Apresentar-lhe a nova família, novos padrinhos, novos tios e os muitos primos e primas que costumam aparecer nestas ocasiões de festa para comer nem que seja as migalhas dos bolos? Claro que sim , mas que projectos de vida teraá , que fará no pais e pelo pais? Mudará alguma coisa , poderá mudar ou quererá de facto mudar oq eu encontrou? Ou embevecida pelos elogios à sua beleza e aprovada a sua presença saltitará entre as bermas mas sem mudar efectivamente o caminho que foi calcado por outros pés, também da sua família?
Para o Barreiro que trará a aprovação da Moção de Censura? Se ela acarretar novas eleições e e destas resultar a instalação de um novo governo da família do Partido Socialista que projectos terá para o Barreiro? Será retomado o projecto da TTT e das oficinas do TGV? Será retomado o projecto da Quimiparque? A estação dos barcos mudará para a Quimiparque? Que desejam e que farão?
E para a região? A avançarão com o projecto do novo aeroporto em Alcochete?
E para o país? A regionalização irá avançar final e definitivamente? Acabará a submissão à troika?A extinção das freguesias será travada? O desemprego terá um combate eficaz que o faça retroceder para valores bastante mais inferiores que os desastrosos números actuais?
A criança vai nascer, dará pelo nome de Moção de Censura Partido Socialista . Não sabemos nada, rigorosamente nada do que lhe reserva o futuro .Bom seria que fosse capaz de mudar efectivamente o rumo de Portugal e não se limitasse a ser bonita, fofinha querida e amorosa.
Mas olhando para o seu nome de família e para quem a apresentou ao mundo terá um crescimento que merecerá o olhar muito atento e um acompanhamento muito próximo de todos nós.

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por guerrilheiro às 09:06

Segunda-feira, 18.02.13

Encruzilhadas

Encruzilhadas

Não está nada fácil para o Barreiro . Há que regredir no tempo, pelo menos até que decidiram o desmantelamento da Quimigal,ou até talvez antes disso, quando os custos dos produtos petrolíferos tornaram complicado o funcionamento de instalações como o Kowa Seiko ou o contacto VII. Por terra ficou então todo um plano siderúrgico nacional com os seus efeitos nefastos a montante , nas minas do Alentejo, e a jusante com o desmembramento SN.

A perspetiva  da construção da TTT e o seu atravessamento pelo TGV, a construção de novas oficinas da EMEF permitiram sonhar com novas possibilidades de sair por cima de uma crise que se prolonga por demasiado tempo nesta cidade que não a merece. De pronto se apressaram os novos senhores dar um triste final a tais sonhos de recuperação.

 Não foi e não é por falta de esforço dos seus dirigentes locais que o Barreiro se encontra na encruzilhada constituída pela certeza de saber da importância que aqueles investimentos teriam para o concelho e para a vida dos barreirenses e para o desenvolvimento regional e nacional e a busca de soluções que resolvam os problemas da cidade e dos que aqui vivem mesmo que o adiamento daqueles projetos se prolongue no tempo sendo certo que esse prolongamento não será eterno porque o pais deles carece.

Basta percorrer o pais e ver quantas encruzilhadas existem, de problemas diferentes para resolver mas igualmente com soluções difíceis de encontrar face à mingua financeira imposta ás autarquias, às empresas nelas sediadas e aos portugueses constantemente diminuídos nos seus rendimentos e nos seus direitos e regalias.

Poucos se atreverão de boa fé a atribuir aos  actuais autarcas locais as culpas pelo desastroso nível de desemprego, pela insuportável carga fiscal, pela emigração em massa do sangue mais viçoso que o país possue, e pela continua descida no consumo, com a consequente dificuldade acrescida para as empresas, e no PIB nacional.

Dizem-nos os governantes nacionais que tão calamitosos dados estão razoavelmente em linha com as suas previsões , o que não sendo verdade pois estas nunca foram tão desastrosas, só vem confirmar as suas intenções de arrastar  o pais e os portugueses para um buraco cada vez com um fundo mais difícil de bater.

Que estamos quase a sair da crise,  dizem-nos a agora a cada passo, mas sabemos que tambem, estes governantes estão numa encruzilhada traçada entre as promessas que tem de fazer e a realidade com que nos deparamos diáriamente. É nessa realidade que esbarramos com empresas que encerram total ou parcialmente todos os dias e com a falta , ao menos, de anuncio de outras, sequer em numero semelhante, que vão potencialmente iniciar as suas actividades. Como podem os portugueses assim acreditar na saída com tanta tibieza anunciada?

Paradoxalmente é no barreiro que talvez nasça  uma empresa que poderá permitir a criação de um volume de mão de obra e de riqueza interessante, e é no Barreiro que se poderão iniciar as prospeções de petróleo em concessões recentemente atribuídas a uma empresa canadiana.

Pode ser que seja, uma vez mais, o Barreiro um dos primeiros a encontrar o caminho certo para  para sair da imensa tremenda encruzilhada em que nos colocaram as politicas seguidas nas ultimas três décadas. Mantemos essa esperança.

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por guerrilheiro às 14:35

Segunda-feira, 18.02.13

Continuaremos por cá?

Continuaremos por cá?

Pelo carnaval regressei ao Alentejo. Admirei-me fácilmente com  a fraca movimentação de pessoas que se verificava nas principais artérias da cidade naquela  noite de sábado . O habitual em anos anteriores era apreciar a passagem e as brincadeiras de vários grupos de mascarados que com bom gosto e alegria circulavam pelas ruas e acabavam num renhido concurso de mascaras e num animado bailarico promovidos pela comissão de festas num cruzamento engalanado a preceito.

Fiz o reparo à minha irmã que por ali habita e esta logo me elucidou de pronto :

-Hoje ainda vez estes poucos rapazes por aqui, está bem que agora os moços saem de casa mais tarde mas olha que ontem só vi mesmo duas pessoas. Não eram mais que duas pessoas nestas ruas .Isto está deserto .

Arrisquei utilizar a baixa temperatura como desculpa. Que não, que era da crise e da emigração disse-me  ela. Tem saído muita gente  para fora ,e agora  não vão sozinhos, quando partem vai todo o agregado familiar, vão todos, e tem ido muitas famílias assim .

Poucos dias antes refleti  com um colega do trabalho sobre as perspetivas de futuro que se nos poderiam apresentar. Uma das suas observações veio-me  repentinamente á memória , espantei-me como coincidiam com o que não via naquela noite alentejana .

- È o futuro que está em causa, não o nosso, mas o do cidadão europeu mesmo enquanto raça ,sentenciava o meu colega. Repara que todos os países todos da Europa tem a sua demografia a descer, nascem menos cidadãos do que os que morrem e mesmo em países como a França onde a população aumenta não é por nascerem mais bebes filhos de pais franceses mas sim graças aos emigrantes magrebinos.

A continuarmos assim, e não será rápido inverter esta situação, onde estarão os cidadãos europeus daqui a 50 anos? Talvez tenham desaparecido. É um  risco real e  sério que estamos a correr.

Talvez exagere nas suas preocupações , mas no caso lusitano  não correrá grande risco de errar se as margens forem mais dilatadas e se nos confinarmos ao espaço nacional.

Se continuarmos a colocar barreiras á qualidade de vida dos portugueses, sobretudo dos jovens, aumentando a precariedade no emprego, quando o arranjam, dificultando-lhes a aquisição de habitação, facilitando o seu despedimento, e reduzindo os rendimentos que  podem dispor para viver ,torna-se um verdadeiro acto de heroismo um casal arriscar ter  e criar um ou mais filhos.

A emigração surge agora quase sempre como único caminho possível para procurar viver com dignidade e finda a esperança vai toda a família em busca da vida que por cá lhes negam.

A probabilidade de nascerem mais portugueses fica assim cada vez mais diminuta, com uma tendência que só poderá aumentar se a situação não for invertida.

Connosco cruzou-se uma matrafona com a alegria saudável mas exagerada pelas muitas cervejas que certamente já teria bebido aquela hora e fez-me esquecer a apreensão com que pensava no futuro de Portugal. Foram momentos de boa disposição, breves , muito breves que o tempo não está para grandes diversões.

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por guerrilheiro às 14:32

Terça-feira, 18.12.12

Inglaterra desconhecida

De repente as noticias do que se passa em Londres e noutras cidades inglesas invadem o nosso quotidiano e obrigam a que nos questionemos sobre as razões que permitiram que estes tristes episódios acontecessem.
Assistimos a variadíssimas tentativas de explicar o que parece inexplicável: que foi a redução nas verbas e nos efectivos da policia; que é o desemprego; que foi o corte nos centros de juventude , que é um protesto contra o aumento dos impostos, que é porque os jovens não terem nada que fazer potenciado pela altura de férias, que é por causa das redes sociais e dos jovens usarem blackberrys e por tantas outras razões como aqueles que procuram analisá-las.
Será por tudo isso mas, para mim a interrogação é diferente e talvez mais preocupante que as restantes e é a mesma que fazemos quando analisamos qualquer guerra e os actos de barbárie que nelas são registados: como podem ser humanos e a viver em países ditos civilizados cometer tais actos?
Como podem cidadãos de um pais com um nivel educacional muito superior ao nosso e com um nível de protecção social também superior ao português, que se gaba da sua superior organização e de que a sua policia nem precisa de usar armas de repente virarem ladrões, incendiários, vandalos e criminosos bem organizados?
Como podem em tal sociedade existirem famílias inteiras que não educaram os filhos e que assistem á sua chegada com artigos que não poderiam adquirir sem ser através de actuação criminosa? Não sabem que os seus filhos são vandalos, ladrões ou até mesmo assassinos e não fazem nem dizem nada?
Tentado a perder a esperança na qualidade do ser humano especialmente quando protegido pelo grupo, gang ou matilha eis que uma idosa negra nos devolve a esperança chamando a atenção, dando lições de civilidade e fazendo-se respeitar por muitos daqueles que na da respeitaram até então.
Aquela Senhora afinal faz-nos acreditar que a esperança é possível.

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por guerrilheiro às 09:20


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