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Guardando coisas



Domingo, 24.03.13

Que venham os Russos?

Que venham os Russos?
Um dia destes já não conseguiremos fechar os olhos para dormir de tanto os arregalar de espanto perante as novidades com que, em velocidade vertiginosa, nos apresentam quase diáriamente .
Ainda não encaixámos e muito menos conseguimos engolir os cortes nos salários subsídios e pensões, as taxas de solidariedade e principalmente os números brutais do desemprego e já estamos a descobrir que ainda há quem tenha a vergonha de ir mais além e não só proponha como aproveite efetivamente o silêncio do fim de semana para roubar, oficial e internacionalmente é claro, uma percentagem significativa dos valores que alguns, seguindo os mais avisados conselhos que durante anos exortaram à poupança, conseguiram juntar para prevenir as contrariedades da vida ou para outro fim qualquer que quisessem vir a dar ao seu dinheiro. É do dinheiro das pessoas que se trata, do dinheiro que custou a ganhar e que patrioticamente guardaram no seu país em vez de o colocarem em países estrangeiros ou em off shores como muito fácilmente poderiam ter feito. Tiraram assim ao fim de semana sem aviso prévio, sem qualquer discussão uma percentagem desse dinheiro só pode ser classificado de roubo.
Acontece no Chipre, como podem prometer que não acontecerá por cá? Como podem os incumpridores de promessas e previsões que hoje nos governam querer que acreditemos neles e que isso não poderá acontecer aos nossos cidadãos que tiveram a sorte ou o saber de conseguir amealhar alguma coisa que jeito tenha?
Quando um antigo ministro como Daniel Bessa afirma que estamos todos a tentar evitar a bancarrota, ou quando Eduardo Catroga afirma que a nave do Eurogrupo vai louca, ou ainda quando o próprio Presidente da Republica afirma que estamos numa espiral recessiva contrariando os ministro Vitor Gaspar e afirmando que a Europa está a seguir por caminhos perigosos como podem querer que acreditemos em qualquer promessa que nos façam?
Nem todo o dinheiro agora penalizado no Chipre terá sido amealhado de forma honesta, e não hesitam alguns em apontar o dedo aos Russos, mas são estes mesmos Russos que agora parece proporem a resolução dos problemas financeiros cipriotas propondo-se pagar o resgate e aumentar os empréstimos que haviam concedido aquele país. Em troca parece não pedirem mais sacrifícios ao povo de Chipre mas sim os direitos de exploração das jazigas de gás natural que esse país possui.
São dois mundos diferentes, duas maneiras de resolver a situação diferentes e é nessa pequena ilha de 800mil habitantes que se dá esta guerra financeira que obrigará muito boa gente a pensar no que anda a fazer e no que quer que a Europa se torne num futuro próximo, e os cipriotas a ter de dicidir que caminho seguir sendo claro que os sentidos são bem opostos.
Ainda não ousaram em Portugal propor medidas de semelhante calibre mas se olhar-mos ao que da Europa nos exigem e ao abandono dos Estados Unidos estão a fazer da base das lajes nos Açores talvez não falte quem pense que o melhor era recorrer á ajuda russa criando assim um conflito social contra o qual se levantam mais vozes de gente dita importante.
Trata-se de mera especulação já que os russos não fizeram qualquer proposta do género a Portugal não poderemos optar assim por essa direcção mas é mais que seguro que na direcção para que nos empurraram todos estes anos não poderemos continuar e se Chipre vem ensinar alguma coisa é que há sempre alternativas , nem que seja a Russa.

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por guerrilheiro às 09:09



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