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Ao acaso no tempo ocorrem coisas de que gosto nesse momento:fotos;ditos;textos; pensamentos meus e doutros. Juntar esses instantes é só o que almejo. Se a sua partilha contribuir para melhorar algo neste mundo tanto melhor.
Eu sou mais social que tu?
Por mais apelos á contenção que alguns, aparentemente bem intencionados façam esta, é um época em que vale quase tudo para tentar convencer os eleitores que uns são realmente diferentes dos demais.
Acusam-se uns de não terem propostas para Portugal enquanto estes respondem que se esbanjaram e mal geriram os dinheiros públicos e por isso deviam ser presos.
O tom acalorado aumenta nas sessões e nos almoços e jantares que se promovem todos os dias.
Que fica depois deste diz que disse mas afinal não quis dizer ,e deste faz mas diz que foi o outro que fez com que há décadas procuram manter-nos entretidos enquanto adia permanentemente o progresso do país e a melhoria do bem estar dos cidadãos nacionais?
Sobra o mesmo de sempre, para os mesmos de sempre mas em doses redobradas que também os mesmos de sempre se tem encarregado bem se tem encarregado de duplicar as dificuldades que não param de criar.
A firmeza dos números ainda que gritantes escondem muitas outras dificuldades que as estatísticas muitas vezes omitem.
Quando se torna publico que 245 mil desempregados deixaram de receber o subsidio para o qual também descontaram durante a vida laboral quantas mais pessoas dos seus agregados familiares passaram a ter mais problemas par a sobreviver?
E quando 1,5 milhões de reformados vivem com pensões inferiores ao salário mínimo nacional como conseguem honrar as suas contas normais, e ainda alguns terem de suportar os medicamentos , muitas vezes de valor superior á sua magra pensão ou pouco mais que isso, que anteriormente os hospitais lhes forneciam?
E, quando cerca de meio milhão de crianças deixam de ter direito ao abono de família ,para os quais os pais também descontaram, quantas magras refeições deixaram de tomar ou quantos livros e material escolar deixaram de comprar prejudicando a sua evolução fisica e o seu desenvolvimento intelectual?
E como podemos deixar de não nos envergonhar quando centenas , muitas centenas de cidadãos que trabalharam e efectuaram os descontos a que a lei os obrigou se amontoam e forçam portões de hospital em pleno século XXI para ter acesso a uma simples consulta de oftalmologia que só poucos vão conseguir? Que solução lhes resta se o salário ou a pensão não der para suportar a consulta ou tratamento no sector privado ou em Cuba?
Os números, apesar de enormes e ainda mais se forem comparados com o numero relativamente pequeno da população portuguesa, só podem deixar-nos em estado de alerta vermelho.
Mas não outros números se contrapõem escandalosamente. A banca que nos ajuda com o crédito, mas que também á conta dele nos condiciona a qualidade de vida diária, lucrou 2,8 milhões por dia por dia ,285 Milhões nos primeiros teres meses de 2011.
E os milhões em ajudas a organizações privadas lideradas por pobres portugueses como Joe Berardo(1 Milhão), João Lagos; Jorge Coelho da Mota Engil (694mil€); Carlos Barbosa do ACP (1,4M€) ;Parkalgar( 1,1M€); Frente Tejo (2,5M€) ou PGA Golf (3,5M€) como noticiava a imprensa diária desta semana também pensarão honestamente que a crise os afectou como a milhões de muitos outros? As iniciativas privadas que promoveram, muitas vezes longe sequer do conhecimento do grande publico, torna-os assim tão merecedores e tão diferentes dos restantes portugueses?
Há rumos que não podem continuar a ser tomados cabendo a cada um de nós a responsabilidade de inverter o sentido desta marcha terrivelmente desigual .
A altura é para isso propicia e não se pode nem deve desaproveitar esta oportunidade de conseguir o afastamento dos centros de decisão dos responsáveis que ao longo da ultima trintena de anos conduziram Portugal para esta situação calamitosa ainda que digam que foram só os outros, que eles são melhores. Não são.
Barreiro, 4 de Maio de 2011
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