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Guardando coisas



Terça-feira, 18.12.12

Principes e princesas

Princípes e princesas

A entrevista parecia-me estranha. Ás cuidadas interpelações do jornalista respondia António Lobo Antunes com frases curtas , nada afirmativas e carregadas de uma filosofia que me soava deslocada, ”tenho muitas dúvidas, não tenho nenhuma certeza” e “Cada há mais gente culta que é analfabeta” dizia o escritor a certa altura. Cheguei a comentar que parecia uma conversa de malucos. Mas, a três minutos do fim , soltou uma pérola, enorme, perfeita, linda como poucas. Ainda temos tempo? É que Portugal é um país de príncipes. Os portugueses tem uma dignidade enorme, vai acontecer qualquer coisa em Portugal, gente com esta enorme dignidade não podem suportar a austeridade que lhes querem impor. E contava:” Quando estive doente, naquela sala de espera de radioterapia, havia um senhor alentejano, ali de ao pé da fronteira com Espanha, tinha já oitenta e muitos anos, ia de ambulância, trazia sempre o mesmo fato já com muitas nódoas, coitado, a camisa com o colarinho abotoado, sem gravata. Quando chamavam pelo seu nome levanta-se e caminhava com a dignidade um príncipe. Que linda gravata que eu via naquele colarinho que nunca usara gravata .Era um príncipe. Portugal é um país de príncipes. Só temos é que fazer por merece-los”
Cruzei-me com alguns desses príncipes e felizmente não foram assim tão escassos. Homens de tremenda verticalidade e honestidade a toda a prova, simples e humildes, trabalhadores mas não só, anónimos muitas vezes, mas pela sua dignidade todos eles verdadeiros príncipes que muito me honraram com a sua amizade e com os seus ensinamentos .
Embora sábias e belas as palavras de Lobo Antunes elas são contudo incompletas ,pois não pode haver príncipes sem princesas que os tenham parido, e temos tantas mulheres portuguesas cujo brilho só engrandeceria a mais nobre das cortes.
A tia Ana Saramago cujas mãos me amparam ao nascer e cujos olhos foram os primeiros a ver-me, toda ela barranquenha, linda nos seus 97 anos, terna, honesta, sempre prestável, verdadeira como ninguém, tenho por ela uma adoração sem limites.. A vizinha Piedade que já partiu, mulher de Vouzela, amiga, companheira de tantas horas, trabalhadora de sempre, para quem os teares da CUF não tinham mais segredos que a agricultura que insistiu em praticar enquanto a saúde permitiu, as nossas casas não tinham fronteiras. A terna e doce Ilda Moleiro de Palhais, camarada de sempre, amiga sempre presente enquanto pôde com a sua simpatia inexcedível. A Diamantina do Barreiro com o cabelo de uma alvura maravilhosa e um coração de vermelho carregado , com ela me cruzei em tantas lutas.
Mais princesas , muitas mais, merecem a minha admiração, o meu maior respeito e toda a gratidão com que as possa brindar mas outra há a brilhar de forma tão nobre mas ainda assim mais luminosa. Maria de Lourdes , de Moura, que com o Ludgero me fez ,e com ele me criou no meio de mais 9 irmãos e de sacrifícios descomunais. Mais que uma princesa foi a mãe de quem herdei os genes que me moldaram o ser e o estar, a ctez morena e a olheiras profundas .Dela tenho um orgulho imenso. ”Ás boas até dou a camisa mas ás más nem um fósforo levam” dizia quando a irritavam .Mais bela outra não vi.
Que lindas tiaras de princesas que vejo nas suas cabeças que nunca usaram tiaras.
Somos um país de príncipes, disse muito bem António Lobo Antunes. Somos também um país de princesas complemento eu. Só temos é de merece-los e honrar esta bela gente que tanto nos honra.
Tal como o escritor também creio que vai acontecer qualquer coisa em Portugal.
Um país de príncipes e princesas com esta enorme dignidade não pode suportar esta austeridade que lhe querem impor.

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por guerrilheiro às 09:24

Terça-feira, 18.12.12

...

Proposta

Vivemos um período complexo e excepcional da nossa história.
Ações absolutamente excepcionais tem sido adoptadas a diversos níveis.
A nível de estado, foi estabelecido também excepcionalmente um acordo de recuperação económica do país com a Troika para vigorar até 2013 e que agora parece prorrogado até 2014.
A Autoeuropa tem sido pioneira em encontrar soluções para os períodos excepcionais da sua carga produtiva sendo a mais notória dessas soluções a ferramenta dos downdays.
È a altura exacta apara encontrar novamente na empresa uma solução excepcional que permita manter a produção requerida pelos clientes e o actual volume de mão de obra.
Insistir em manter o mesmo numero de carros por trabalhador e consequentemente o mesmo valor diário de produção tem acarretado dificuldades que poderíamos ultrapassar.
De facto a produção diária de 625 carros também agregada a si os seguintes dentre outros inconvenientes:
-Muitos dias de paragens técnicas da produção
-enormes dificuldades nas empresas do parque que não puderam no todo ou em parte adoptar o modelo dos down days da Autoeuropa
-uma carga de trabalho elevada para todos que poderia ser aliviada melhorando as condições ergonómicas e fazendo baixar os indicies de lesões
Uma redução do volume diário de produção acarretaria em condições normais de laboração uma decida da quantidade de man power disponível, mas não estamos numa situação norma pelo que propomos:
Que se encontrem formas de facilitar a siada para reforma ou prereforma a trabalhadores que o desejaram e que cumpram os critérios da lei para estas situações.
Que sejam analisadas os casos de trabalhadores a exercer funções não reconhecidas oficialmente mas necessárias ao normal funcionamento da empresa.
O reconhecimento destas funções permitiria que os lugares ocupados administrativamente por esses trabalhadores pudesse originar o seguinte:
O trabalhador passaria a ter as suas funções reais reconhecidas .No local de trabalho onde estava adesrito seria aberta sua vaga e esta seria preenchida por um dostrabalhadores que em situação norma estaria a mais em caso de baixa de produção.
A designação da categoria poderia ser discutida mais tarde podendo atribuídas designações provisórias para este efeito.
Resultado final. Criado um posto de trabalho.
Exemplo: RW das prensas: os trabalhadores que ai trabalham estão atribuído às equipas das diversas URQs.
Passariam a ser reconhecidos como profissionais de retrabalhos e os seus lugares das URQ´s passariam a ser ocupados por outros que estariam a mais se a produção descesse abaixo dos 625 carros dia.
Resultado :criados cerca de 12 postos de trabalho.
O mesmo exemplo poderá ser encontrado na automação; nas ferramentarias; nos ORT´s; nos clercks; nos auditores de 5´s; na informação ;, na qualidade, etc .
O numero de indirectos aumentaria, O RTO das áreas aumentaria mas
o numero de trabalhadores manter-se-ia igual
a produção da fábrica seria satisfeita,
o numero de dias de paragem seria menor
as empresas do parque enfrentariam menos problemas
haveria menos lesões
os trabalhadores da linha seriam menos sobrecarregados

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por guerrilheiro às 09:24

Terça-feira, 18.12.12

proposta excepcional

Proposta

Vivemos um período complexo e excepcional da nossa história.
Ações absolutamente excepcionais tem sido adoptadas a diversos níveis.
A nível de estado, foi estabelecido também excepcionalmente um acordo de recuperação económica do país com a Troika para vigorar até 2013 e que agora parece prorrogado até 2014.
A Autoeuropa tem sido pioneira em encontrar soluções para os períodos excepcionais da sua carga produtiva sendo a mais notória dessas soluções a ferramenta dos downdays.
È a altura exacta apara encontrar novamente na empresa uma solução excepcional que permita manter a produção requerida pelos clientes e o actual volume de mão de obra.
Insistir em manter o mesmo numero de carros por trabalhador e consequentemente o mesmo valor diário de produção tem acarretado dificuldades que poderíamos ultrapassar.
De facto a produção diária de 625 carros também agregada a si os seguintes dentre outros inconvenientes:
-Muitos dias de paragens técnicas da produção
-enormes dificuldades nas empresas do parque que não puderam no todo ou em parte adoptar o modelo dos down days da Autoeuropa
-uma carga de trabalho elevada para todos que poderia ser aliviada melhorando as condições ergonómicas e fazendo baixar os indicies de lesões
Uma redução do volume diário de produção acarretaria em condições normais de laboração uma decida da quantidade de man power disponível, mas não estamos numa situação norma pelo que propomos:
Que se encontrem formas de facilitar a siada para reforma ou prereforma a trabalhadores que o desejaram e que cumpram os critérios da lei para estas situações.
Que sejam analisadas os casos de trabalhadores a exercer funções não reconhecidas oficialmente mas necessárias ao normal funcionamento da empresa.
O reconhecimento destas funções permitiria que os lugares ocupados administrativamente por esses trabalhadores pudesse originar o seguinte:
O trabalhador passaria a ter as suas funções reais reconhecidas .No local de trabalho onde estava adesrito seria aberta sua vaga e esta seria preenchida por um dostrabalhadores que em situação norma estaria a mais em caso de baixa de produção.
A designação da categoria poderia ser discutida mais tarde podendo atribuídas designações provisórias para este efeito.
Resultado final. Criado um posto de trabalho.
Exemplo: RW das prensas: os trabalhadores que ai trabalham estão atribuído às equipas das diversas URQs.
Passariam a ser reconhecidos como profissionais de retrabalhos e os seus lugares das URQ´s passariam a ser ocupados por outros que estariam a mais se a produção descesse abaixo dos 625 carros dia.
Resultado :criados cerca de 12 postos de trabalho.
O mesmo exemplo poderá ser encontrado na automação; nas ferramentarias; nos ORT´s; nos clercks; nos auditores de 5´s; na informação ;, na qualidade, etc .
O numero de indirectos aumentaria, O RTO das áreas aumentaria mas
o numero de trabalhadores manter-se-ia igual
a produção da fábrica seria satisfeita,
o numero de dias de paragem seria menor
as empresas do parque enfrentariam menos problemas
haveria menos lesões
os trabalhadores da linha seriam menos sobrecarregados

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por guerrilheiro às 09:22

Terça-feira, 18.12.12

Inglaterra desconhecida

De repente as noticias do que se passa em Londres e noutras cidades inglesas invadem o nosso quotidiano e obrigam a que nos questionemos sobre as razões que permitiram que estes tristes episódios acontecessem.
Assistimos a variadíssimas tentativas de explicar o que parece inexplicável: que foi a redução nas verbas e nos efectivos da policia; que é o desemprego; que foi o corte nos centros de juventude , que é um protesto contra o aumento dos impostos, que é porque os jovens não terem nada que fazer potenciado pela altura de férias, que é por causa das redes sociais e dos jovens usarem blackberrys e por tantas outras razões como aqueles que procuram analisá-las.
Será por tudo isso mas, para mim a interrogação é diferente e talvez mais preocupante que as restantes e é a mesma que fazemos quando analisamos qualquer guerra e os actos de barbárie que nelas são registados: como podem ser humanos e a viver em países ditos civilizados cometer tais actos?
Como podem cidadãos de um pais com um nivel educacional muito superior ao nosso e com um nível de protecção social também superior ao português, que se gaba da sua superior organização e de que a sua policia nem precisa de usar armas de repente virarem ladrões, incendiários, vandalos e criminosos bem organizados?
Como podem em tal sociedade existirem famílias inteiras que não educaram os filhos e que assistem á sua chegada com artigos que não poderiam adquirir sem ser através de actuação criminosa? Não sabem que os seus filhos são vandalos, ladrões ou até mesmo assassinos e não fazem nem dizem nada?
Tentado a perder a esperança na qualidade do ser humano especialmente quando protegido pelo grupo, gang ou matilha eis que uma idosa negra nos devolve a esperança chamando a atenção, dando lições de civilidade e fazendo-se respeitar por muitos daqueles que na da respeitaram até então.
Aquela Senhora afinal faz-nos acreditar que a esperança é possível.

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por guerrilheiro às 09:20

Terça-feira, 18.12.12

Furtivos e rapidinhos


Furtivos e rapidinhos.
Tambem no Barreiro foi assim. Secretários de estado e alguns técnicos visitaram o terrenos da Quimiparque e dessa visita não deram conhecimento às entidades autárquicas do concelho usando de um direito que lhes assiste mas que muito raramente terá sido usado em visitas oficiais. Que terão temido para visita tão furtiva? Não andaremos longe da verdade se pensarmos que assim pretenderam evitar que populares tomassem conhecimento da sua estadia por terras barreirenses e lhes dispensassem a recepção pouco afectiva que os membros governamentais tem recebido sempre que se atrevem a deixar o conforto dos seus gabinetes.E porque acontecerá tamanha animosidade?As falências já efectuadas e as muitas que se anunciam aos milhares especialmente na restauração e na farmacêutica, os assustadores números do desemprego sempre em crescimento exponencial, a teimosa intenção de extinguir 1166 freguesias enquanto fecharam escolas, centros de saúde e hospitais, a necessidade de emigração para milhares e milhares de portugueses justificam este comportamento das populações. Sobretudo quando estes sacrifícios, que nunca foram anunciados em campanhas eleitorais, não são acompanhados de qualquer esperança de que esta situação possa ser invertida. O que todos sentem é que até a esperança lhes roubaram.
Assistimos assim a uma nova era.Uma era em que ministros e deputados suportados pela força do voto , conseguido com promessas logo rasgadas saem á pressa pela porta dos fundos, não anunciam sequer as suas deslocações, reforçam a sua segurança, saem à pressa coma s luzes apagadas e vergonha suprema precipitam o horário de voto, coo aconteceu recentemente na votação do OE, para puderem evitar ver e ouvir a voz dos milhares de cidadãos que crescentemente enchem as ruas do país com os seus protestos.
Fazem o mal e a caramunha mas não tem a hombriedade nem a coragem de enfrentar aqueles que legitimamente se sentem tão maltratados pelas politicas de sacrificar a vida dos portugueses pelo pagamento de uma divida de que só alguns os mesmos de sempre tem culpa e beneficio.
Tambem no Barreiro foi assim.Tambem aqui nesta terra a tanto resistente existem razões para manifestar repudio por estas politicas. Suspenderam ou terminaram de vez com a construção da TTT, da ponte para o Seixal, das oficina de reparação ferroviária do TGV .Reduziram a recuperação da Quimiparque à reciclagem dos solos contaminados e continuam a estrangulação dos TCB, e do Hospital do Barreiro. Pararam o projecto de futuro para o Barreiro deixando em troca coisa nenhuma. Nenhuma esperança se vislumbra por entre as palavrosas intervenções dos que estão próximos à área do actual governo.
Mas no Barreiro também não nos conformamos e tambem não nos calamos. Tambem aqui se encheram ruas com a presença e o clamor exigente dos que na Marcha contra o Desemprego ou contra o empobrecimento no 14 de Novembro, dia da Greve Geral. Podem não vir ou até vir furtivos como ratos como aqui, como em todos os sítios aonde tem ido de forma igualmente vergonhosa e desonrosa saberão que queremos, que exigimos, que precisamos novas politicas e novos governos.

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por guerrilheiro às 09:17

Segunda-feira, 17.12.12

Contribuição natalicia

Noutro lado qualquer

“Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar” era uma das estrofes que Luis Cília cantava nos tempos que se seguiram á madrugada libertadora de Abril, e que na nossa adolescência tantas vezes tentámos imitar pela sua afirmação e pela sua chamada de atenção.
A força da frase valia pela sua actualidade e vale hoje de igual forma. Tal como outrora também muitos ignoram o que vem, o que ouvem, e o que lêem. Ainda que proclamem o contrário o seu mundo não é este onde querem que vegetemos. Não são deste planeta, não nos conhecem, nunca partilharam das dificuldades com que milhões se deparam todos os dias para por comida na mesa e dar educação e saúde aos filhos, nem se depararam com angustia de ter de decidir entre ir à farmácia ou à mercearia.
Alguns há que não tem esperança no futuro mas eles tem a certeza de que tem futuro, uma certeza alicerçada nas posses , ou as suas famílias, foram acumulando mais ou menos rápidamente e de forma mais ou menos honesta mas quantas e quantas vezes conseguidas à custa do saber e do esforço daqueles a quem depois roubam a esperança.
Quando uma professora afirma olhos nos olhos, perante todo o mundo, que tem alunos que desmaiam de fome nas aulas e um deputado, por sinal muito bem vestido e melhor nutrido, lhe responde que só faltam 20 meses para correr com a troika, estamos óbviamente perante duas visões do mundo totalmente diferentes. Como julgará aquela enorme criatura, que com o voto de muitos, se tornou proeminente figura do nosso parlamento, que uma criança que hoje desmaia vai aguentar mais 20 meses naquelas circunstâncias? Como poderá ele sentir a angustia dos pais dessas crianças quando os tem de mandar para a escola sem lhes poder proporcionar qualquer tipo de alimentação?
O anafado deputado lê e ouve certamente, duvido que tenha visto, e tenho a certeza que não sente estas situações em que as decisões que defende tão acérrimamente tem colocado muitos milhares de portugueses. Ele só pode ignorar , ainda que ocupe espaço considerável neste planeta, a sua mente estará certamente noutra galáxia, senão como pode pedir a uma criança faminta que espere mais 20 meses por alguma alimentação minimamente decente? Isto cabe na cabeça de algum ser com um mínimo de humanidade?
Não estará porventura na mesma longínqua galáxia o advogado investido em chefe de generais quando não vê , nem ouve, nem lê que os militares de diversas associações se encontravam reunidos para discutir como manifestar o seu descontentamento ,e ele afirma que as forças armadas estão calmas? Bem esteve o coronel que o mandou ter vergonha na cara, como bem estiveram os militares a decidir manifestarem-se uma vez mais nas avenidas de Lisboa , decisão idêntica à tomada pelas associações profissionais da policia . O srº ministro nesses dia não os verá nem os ouvirá, talvez continue longe , noutro planeta que não na Terra.
E aqueles que prometeram em toda e qualquer feira ou lar de idosos que nunca iriam aumentar impostos e que agora a todos querem sobrecarregar com um brutal aumento dos mesmos viverão por cá? Pensarão que nós não vemos, não ouvimos, não lemos o que ainda há pouco prometiam?
E os que continuamente sacrificam o nosso reduzido bem estar em troco de um pagamento acelerado de uma “festa” de que nada gozámos, e que todos os dias se enganam, e nos pretendem enganar, com as previsões económicas, que nos apagaram qualquer luz de esperança fazendo com que muitos a tenham de procurar longe das suas terras e das suas gentes viverão no mesmo Portugal que nós’?
Não podem agora deixar de ouvir o clamor que se ergue das ruas. Não podem deixar de ver as massas humanas que a um ritmo nunca visto enchem as nossas cidades , não podem deixar de ler a vontade de mudança que cresce em cada peito. Não deixaremos que ignorem que neste Portugal real há um povo que merece viver, que quer viver e que está disposto a lutar sem tréguas por esse direito.
Que não ignorem, que vejam , que ouçam , que leiam ,que tenham vergonha na cara como aconselhou o presidente da associação de oficiais das forças armadas é o que lhes exigimos.

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por guerrilheiro às 18:30

Segunda-feira, 17.12.12

Contribuição natalicia

Contribuição Natalicia

 

Há dias assim. Enfrentamos a luminosidade do ecran e nada, não há inspiração que nos faça accionar as teclas. Tenho de escrever, o tempo para entregar o artigo extingue-se e eu gosto de cumprir  .Não posso falhar mas, que tema devo escolher?

Escreve sobre as prendas de Natal ,aconselhou a esposa.

-Pai, porque não falas do Pai Natal, que nem barriga tem? Deve ser da crise, questiona a filha sugestionada pela imagem do pai natal que se deixava fotografar com as crianças ao colo no forum do Barreiro..

Está bem, seja então. Mas por favor ,não vamos da magreza do Pai Natal, terá ouvido  que havia que acabar com as gorduras do estado e entendido que isso tambem se aplicava ao estado de alegria com que invariavelmente presenteia nesta época as crianças de todo o mundo. Dizem que é assim e não vejo mal nenhum que  assim para que ,ao menos de forma virtual ,assim aconteça. Dá-lhe jeito ser assim mais “esbelto” agora que já quase não tem lareiras por onde descer ,mas  tão só finos tubos e grelhas de respiração por onde se  esgueirar.

E de que prendas vou falar? Daquelas que os meus pais primeiro ,e depois os meus 9 irmãos  e eu conseguiamos  ir distribuindo por todos apesar das dificuldades da vida. ? Na noite de Natal, na mesma mesa já  fomos 48, pai , filhos, sobrinhos e sempre encontrámos formas de  tornar  fabulosas  aquelas noites de natal   e nelas nunca faltarem  prendas para todos .Brinquedos para  as crianças , perfumes , meias , lenços ou roupa interior para os adultos, coisas singelas , baratinhas  no valor material mas carissimas no valor sentimental com que as carregávamos .

Nada é imutável ,e a morte primeiro levou os mais idosos, a mãe, o pai, a irmã mais velha. As distancia que se adensaram tambem não facilitam , e o empenho que alguns tem aplicado ,ano após ano, em destruir as bases financeiras das familias portuguesas tem dificultado este convivio familiar.

Continuamos a almoçar juntos no dia de Natal, apesar das crianças continuarem a nascer, jamais voltámos a reunir a meia centena de outrora e muito menos tivémos a possibilidade de compartilhar com a mesma intensidade o prazer de dar e receber como outrora. Cada vez menos, sempre menos.

Neste ano que nataliciamente ficará marcado pelo despedimento da vaca e do burro dos participantes oficiais no nascimento de Jesus , alguns dos familiares ainda recebem as prendas de Natal que nunca queriamos que fossem distribuidas.

È o sobrinho que teve  da abandonar  universidade por não conseguir pagar as propinas, é a irmã que enfrenta  a qualquer momento o espectro do desemprego por extinção do serviço  florestal onde trabalha ,mais a sua filha  que ficará sem possibilidades de concluir o curso recem iniciado, mais a esposa funcionária publica cada vez com mais trabalho e menos salário e regalias ,mais a nora licenciada prestes a ser mãe mas sem emprego, e mais e mais. È um rol de prendas que agora chegam mas que ninguem  quer, sobretudo porque nunca as desejaram e jamais contribuiram para  que com elas tivessem sido contemplados.

Sua Santidade o Papa retirou a vaca e o burro do presépio, duvidamos que ao menino ainda  vá chegar o ouro tantas são as casas abertas recentemente para nos ajudar a libertar desse peso nas nossas economias e nós, nós poderemos participar na festa correndo de vez com o camelo do Gaspar para que voltemos a ter o Natal celebrado em familia , alegre e condignamente como costumavam fazer as familias portuguesas.

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por guerrilheiro às 18:30

Segunda-feira, 17.12.12

Noutro lado qualquer

Noutro lado qualquer

“Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar” era uma das estrofes que Luis Cília cantava nos tempos que se seguiram á madrugada libertadora de Abril, e que na nossa adolescência tantas vezes tentámos imitar pela sua afirmação e pela sua chamada de atenção.
A força da frase valia pela sua actualidade e vale hoje de igual forma. Tal como outrora também muitos ignoram o que vem, o que ouvem, e o que lêem. Ainda que proclamem o contrário o seu mundo não é este onde querem que vegetemos. Não são deste planeta, não nos conhecem, nunca partilharam das dificuldades com que milhões se deparam todos os dias para por comida na mesa e dar educação e saúde aos filhos, nem se depararam com angustia de ter de decidir entre ir à farmácia ou à mercearia.
Alguns há que não tem esperança no futuro mas eles tem a certeza de que tem futuro, uma certeza alicerçada nas posses , ou as suas famílias, foram acumulando mais ou menos rápidamente e de forma mais ou menos honesta mas quantas e quantas vezes conseguidas à custa do saber e do esforço daqueles a quem depois roubam a esperança.
Quando uma professora afirma olhos nos olhos, perante todo o mundo, que tem alunos que desmaiam de fome nas aulas e um deputado, por sinal muito bem vestido e melhor nutrido, lhe responde que só faltam 20 meses para correr com a troika, estamos óbviamente perante duas visões do mundo totalmente diferentes. Como julgará aquela enorme criatura, que com o voto de muitos, se tornou proeminente figura do nosso parlamento, que uma criança que hoje desmaia vai aguentar mais 20 meses naquelas circunstâncias? Como poderá ele sentir a angustia dos pais dessas crianças quando os tem de mandar para a escola sem lhes poder proporcionar qualquer tipo de alimentação?
O anafado deputado lê e ouve certamente, duvido que tenha visto, e tenho a certeza que não sente estas situações em que as decisões que defende tão acérrimamente tem colocado muitos milhares de portugueses. Ele só pode ignorar , ainda que ocupe espaço considerável neste planeta, a sua mente estará certamente noutra galáxia, senão como pode pedir a uma criança faminta que espere mais 20 meses por alguma alimentação minimamente decente? Isto cabe na cabeça de algum ser com um mínimo de humanidade?
Não estará porventura na mesma longínqua galáxia o advogado investido em chefe de generais quando não vê , nem ouve, nem lê que os militares de diversas associações se encontravam reunidos para discutir como manifestar o seu descontentamento ,e ele afirma que as forças armadas estão calmas? Bem esteve o coronel que o mandou ter vergonha na cara, como bem estiveram os militares a decidir manifestarem-se uma vez mais nas avenidas de Lisboa , decisão idêntica à tomada pelas associações profissionais da policia . O srº ministro nesses dia não os verá nem os ouvirá, talvez continue longe , noutro planeta que não na Terra.
E aqueles que prometeram em toda e qualquer feira ou lar de idosos que nunca iriam aumentar impostos e que agora a todos querem sobrecarregar com um brutal aumento dos mesmos viverão por cá? Pensarão que nós não vemos, não ouvimos, não lemos o que ainda há pouco prometiam?
E os que continuamente sacrificam o nosso reduzido bem estar em troco de um pagamento acelerado de uma “festa” de que nada gozámos, e que todos os dias se enganam, e nos pretendem enganar, com as previsões económicas, que nos apagaram qualquer luz de esperança fazendo com que muitos a tenham de procurar longe das suas terras e das suas gentes viverão no mesmo Portugal que nós’?
Não podem agora deixar de ouvir o clamor que se ergue das ruas. Não podem deixar de ver as massas humanas que a um ritmo nunca visto enchem as nossas cidades , não podem deixar de ler a vontade de mudança que cresce em cada peito. Não deixaremos que ignorem que neste Portugal real há um povo que merece viver, que quer viver e que está disposto a lutar sem tréguas por esse direito.
Que não ignorem, que vejam , que ouçam , que leiam ,que tenham vergonha na cara como aconselhou o presidente da associação de oficiais das forças armadas é o que lhes exigimos.

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por guerrilheiro às 18:27

Segunda-feira, 17.12.12

A RATA que não queremos

A RATA que não queremos
O ilustre deputado tem razão numa parte do que afirma, a lei é do PSD.È sim senhor.
No que depois afirma é que está o busílis. Serei um dos vinte mil autarcas que o governo quer extinguir com a sua R.A.T.A. Serei , se for. Por enquanto sou e procuro honrar o cargo para que fui eleito. É na defesa dessa honra que mantenho que não fiz nenhum mapa ,nem sequer por omissão como afirmou o srº deputado do PSD Bruno Vitorino .
Tal como muitos milhares de autarcas também eu aprovei em Assembleia de Freguesia uma deliberação contra a extinção de freguesias pretendida pelo governo PSD /CDS onde se exige a manutenção das actuais freguesias.
Participei nos encontros da ANAFRE em Portimão e em Matosinhos e tal como quase todos os outros eleitos também votei nas decisões contrárias a esta RATA.Com eles e com as suas populações e respectivos movimentos associativos enchemos a Avenida da Liberdade e outras ruas e avenidas por esse país fora. Somos muitos milhares que representamos milhões que não desenhámos qualquer mapa ,muito menos por omissão, como diz o srº deputado Bruno Vitorino. Porque conhecemos as populações das freguesias por onde fomos eleitos e porque jurámos defende-las nunca omitimos que as actuais freguesias se deveriam manter e como tal nem nos preocupámos a desenhar outros cenários.
O mesmo tratamento deram a esta RATA deram cerca de dois terços das Assembleias Municipais ao não manifestaram apoio a esta RATA e ao manterem a actual divisão dos seus concelhos nas freguesias que os compõem.
Sabe o srº deputado Bruno Vitorino que não omitimos as nossas opiniões, nem nas ruas nem nos organismos autárquicos a que pertencemos, e que por elas nos batemos e continuamos a bater. Uma dessas opiniões que continuamos a sustentar é que quem fez esta RATA é que deve assumir as consequências nefastas da mesma para a qualidade de vida das populações das freguesias que querem à forç a extinguir. Bem pode querer empurrar para outros as culpas da porcaria que querem fazer que todos sabemos que ela é da autoria do srº deputado e do partido a que pertence, o PSD.
Fazer a lei é fácil, aprová-la também não traz dificuldades de maior graças à maioria que detem na AR.
Fazer, segundo a vontade de Relvas e sus muchachos, o novo mapa as freguesias também não é difícil. Nem foi preciso ser engenheiro. Para o Barreiro bastaram quatro riscos: da linha dos comboios para lá é uma freguesia; da linha para cá é outra; da via rápida para lá mais uma e para cá outra, e já está. Está, mas não convence ninguém , nem o srº deputado Bruno Vitorino, senão porque diria que em sede de especialidade ainda podia deixar de ser a hipótese A para ser a B? Que raio de certeza na bondade e na qualidade do trabalhinho…
A R.A.T.A .do Relvas ,de que o srº deputado tanto gosta, até pode ser fácil de aprovar, não sei de promulgar ou de provar sem inconstitucionalidades ,mas será muito difícil omitir aos portugueses quem são os seus únicos responsáveis pelos transtornos que lhes vai causar.
Será igualmente muito difícil ao Relvas ao srº deputado Bruno Vitorino atirar para cima de outros as responsabilidades de R.A.T.A . que nunca desejaram, nunca defenderam e contra a qual se opõem com todos os meios ao seu alcance.

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por guerrilheiro às 18:24


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